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#1403162
•
prova:
95551
•
questão 1
prova
•
edital
Português
•
Interpretação de Textos
|
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
2023
•
FCM
•
IFB
•
Assistente de Alunos
Exibir texto associado
O paradoxo de Polanyi impede
a inteligência artificial?
Marcelo Viana*
Em Djursholm, subúrbio elegante da cidade de Estocolmo, fica a sede do Instituto Mittag-Leffler. O palacete foi construído na década de 1890 pelo matemático sueco Gösta Mittag-Leffler (1846–1927), cujo casamento com a rica herdeira Signe af Lindfors dotara-o com os meios necessários para se permitir e a sua família uma residência refinada.
Em 1916, o casal doou a propriedade, incluindo sua excelente biblioteca, à Academia de Ciências da Suécia, para que nela fosse constituído um instituto de matemática. A doação incluía uma boa quantia em dinheiro, mas essa se desvalorizou durante a 1ª Guerra Mundial, o que inviabilizou o projeto. O instituto só viria a ser criado em 1969, tornando-se um polo de atração para matemáticos do mundo todo.
No térreo do instituto, há uma sólida lareira em granito cinza-chumbo. Gravada na pedra, uma inscrição em escrita antiga que um amigo sueco decifrou para mim com alguma dificuldade: "A mente não alcança além da palavra". Uma forma elegante de afirmar que aquilo que não conseguimos explicar aos demais não sabemos realmente.
É uma ideia importante para alguém que, como eu, treina estudantes para descobrir, compreender e comunicar ideias matemáticas. Por isso, repito a frase de Mittag-Leffler com frequência a meus alunos. Maneira de dizer que, se a sua tese não está bem escrita, é porque você não entendeu o assunto direito ou ainda não o dominou.
Mas nem todo mundo concorda. No livro "Dimensão Tácita", publicado em 1966, o filósofo britânico de origem húngara Michael Polanyi (1891–1976) apontou que o conhecimento humano do mundo e de nós mesmos está, em grande medida, além da nossa capacidade de expressão. "Sabemos mais do que conseguimos dizer", afirmou.
Saber dirigir é muito mais do que seguir as instruções básicas (soltar freio de mão etc.) que todo cidadão recebe do instrutor de autoescola: se não fosse assim, bastaria escutar. Mas esse muito mais, que adquirimos fazendo, não somos capazes de descrever. Reconhecer um rosto, jogar xadrez, falar uma língua estrangeira são outros exemplos de coisas que sabemos fazer, mas somos incapazes de expressar como fazemos. Na época, o "paradoxo de Polanyi" foi visto como um golpe profundo na ideia de inteligência artificial.
Isso constituiria um obstáculo sério à ideia de inteligência artificial. Programas de computador consistem, assim se pensava na época, de um conjunto de instruções que descrevem de modo completo e preciso o que deve ser feito. Se não sabemos explicar como reconhecemos uma face ou escolhemos uma jogada no xadrez, como podemos escrever os códigos explicando a um computador como executar essas tarefas? __________ superioridades intrínsecas da inteligência humana sobre a inteligência artificial: a sua capacidade de fazer coisas que não consegue descrever.
No entanto essas são algumas das muitas tarefas em que a inteligência artificial tem feito progressos espetaculares nos últimos anos, a partir do advento dos métodos de aprendizagem de máquina. Descobrimos como computadores podem aprender a realizar tarefas complexas com base em exemplos, em dados reais, sem que tenhamos que explicitar exatamente o que devem fazer.
* Diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, ganhador do Prêmio Louis D., do Institut de France.
Folha de São Paulo
, 23 ago. 2022. (Adaptado).
A partir da leitura do texto, segundo Marcelo Viana, é possível inferir que, para Polanyi, todo conhecimento é fundado a partir de uma dimensão tácita que depende da experiência do conhecedor. Nesse sentido, o paradoxo ao qual se refere o título diz respeito ao fato de o referido filósofo, em sua obra, apontar que
I – se a palavra não explica tudo, é porque o conhecimento do mundo e de nós mesmos só se completará com a tecnologia da informação.
II – se não sabemos explicar como executamos tarefas de toda ordem, inclusive as mais cotidianas, como fazer com que máquinas as realizem?
III – se o conhecimento humano está aquém de toda capacidade de expressão, a inteligência artificial poderá ser uma solução para o problema.
IV – se sabemos mais do que podemos falar, o verdadeiro conhecimento reside na habilidade de usá-lo; palavras, por si só, não carregam o conhecimento.
Está correto
apenas
o que se afirma em
A
I e III.
B
II e III.
C
II e IV.
D
I, II e IV.
E
I, III e IV.
necessário selecionar uma resposta
muito bom! resposta correta!
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#1403163
•
prova:
95551
•
questão 2
prova
•
edital
Português
•
Interpretação de Textos
|
Gêneros Textuais
|
Tipologia Textual
2023
•
FCM
•
IFB
•
Assistente de Alunos
Exibir texto associado
O paradoxo de Polanyi impede
a inteligência artificial?
Marcelo Viana*
Em Djursholm, subúrbio elegante da cidade de Estocolmo, fica a sede do Instituto Mittag-Leffler. O palacete foi construído na década de 1890 pelo matemático sueco Gösta Mittag-Leffler (1846–1927), cujo casamento com a rica herdeira Signe af Lindfors dotara-o com os meios necessários para se permitir e a sua família uma residência refinada.
Em 1916, o casal doou a propriedade, incluindo sua excelente biblioteca, à Academia de Ciências da Suécia, para que nela fosse constituído um instituto de matemática. A doação incluía uma boa quantia em dinheiro, mas essa se desvalorizou durante a 1ª Guerra Mundial, o que inviabilizou o projeto. O instituto só viria a ser criado em 1969, tornando-se um polo de atração para matemáticos do mundo todo.
No térreo do instituto, há uma sólida lareira em granito cinza-chumbo. Gravada na pedra, uma inscrição em escrita antiga que um amigo sueco decifrou para mim com alguma dificuldade: "A mente não alcança além da palavra". Uma forma elegante de afirmar que aquilo que não conseguimos explicar aos demais não sabemos realmente.
É uma ideia importante para alguém que, como eu, treina estudantes para descobrir, compreender e comunicar ideias matemáticas. Por isso, repito a frase de Mittag-Leffler com frequência a meus alunos. Maneira de dizer que, se a sua tese não está bem escrita, é porque você não entendeu o assunto direito ou ainda não o dominou.
Mas nem todo mundo concorda. No livro "Dimensão Tácita", publicado em 1966, o filósofo britânico de origem húngara Michael Polanyi (1891–1976) apontou que o conhecimento humano do mundo e de nós mesmos está, em grande medida, além da nossa capacidade de expressão. "Sabemos mais do que conseguimos dizer", afirmou.
Saber dirigir é muito mais do que seguir as instruções básicas (soltar freio de mão etc.) que todo cidadão recebe do instrutor de autoescola: se não fosse assim, bastaria escutar. Mas esse muito mais, que adquirimos fazendo, não somos capazes de descrever. Reconhecer um rosto, jogar xadrez, falar uma língua estrangeira são outros exemplos de coisas que sabemos fazer, mas somos incapazes de expressar como fazemos. Na época, o "paradoxo de Polanyi" foi visto como um golpe profundo na ideia de inteligência artificial.
Isso constituiria um obstáculo sério à ideia de inteligência artificial. Programas de computador consistem, assim se pensava na época, de um conjunto de instruções que descrevem de modo completo e preciso o que deve ser feito. Se não sabemos explicar como reconhecemos uma face ou escolhemos uma jogada no xadrez, como podemos escrever os códigos explicando a um computador como executar essas tarefas? __________ superioridades intrínsecas da inteligência humana sobre a inteligência artificial: a sua capacidade de fazer coisas que não consegue descrever.
No entanto essas são algumas das muitas tarefas em que a inteligência artificial tem feito progressos espetaculares nos últimos anos, a partir do advento dos métodos de aprendizagem de máquina. Descobrimos como computadores podem aprender a realizar tarefas complexas com base em exemplos, em dados reais, sem que tenhamos que explicitar exatamente o que devem fazer.
* Diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, ganhador do Prêmio Louis D., do Institut de France.
Folha de São Paulo
, 23 ago. 2022. (Adaptado).
No que se refere ao gênero e aos tipos textuais, considere os três primeiros parágrafos do texto e informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma.
( ) No primeiro parágrafo predomina a narração, com marcações de tempo e de espaço.
( ) No segundo e terceiro parágrafos, exposição de acontecimentos e descrição se mesclam.
( ) Nos três parágrafos prevalece o tipo injuntivo por fornecer instruções para decifração do paradoxo de Polanyi.
( ) No segundo parágrafo identifica-se um discurso ficcional de estilo sublime, com acentuada crítica conservadora.
De acordo com as afirmações, a sequência correta é
A
V, V, F, F.
B
F, V, V, F.
C
F, F, V, F.
D
V, F, F, V.
E
V, V, F, V.
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#1403164
•
prova:
95551
•
questão 3
prova
•
edital
Português
•
Interpretação de Textos
|
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
|
Variação Linguística
2023
•
FCM
•
IFB
•
Assistente de Alunos
Exibir texto associado
O paradoxo de Polanyi impede
a inteligência artificial?
Marcelo Viana*
Em Djursholm, subúrbio elegante da cidade de Estocolmo, fica a sede do Instituto Mittag-Leffler. O palacete foi construído na década de 1890 pelo matemático sueco Gösta Mittag-Leffler (1846–1927), cujo casamento com a rica herdeira Signe af Lindfors dotara-o com os meios necessários para se permitir e a sua família uma residência refinada.
Em 1916, o casal doou a propriedade, incluindo sua excelente biblioteca, à Academia de Ciências da Suécia, para que nela fosse constituído um instituto de matemática. A doação incluía uma boa quantia em dinheiro, mas essa se desvalorizou durante a 1ª Guerra Mundial, o que inviabilizou o projeto. O instituto só viria a ser criado em 1969, tornando-se um polo de atração para matemáticos do mundo todo.
No térreo do instituto, há uma sólida lareira em granito cinza-chumbo. Gravada na pedra, uma inscrição em escrita antiga que um amigo sueco decifrou para mim com alguma dificuldade: "A mente não alcança além da palavra". Uma forma elegante de afirmar que aquilo que não conseguimos explicar aos demais não sabemos realmente.
É uma ideia importante para alguém que, como eu, treina estudantes para descobrir, compreender e comunicar ideias matemáticas. Por isso, repito a frase de Mittag-Leffler com frequência a meus alunos. Maneira de dizer que, se a sua tese não está bem escrita, é porque você não entendeu o assunto direito ou ainda não o dominou.
Mas nem todo mundo concorda. No livro "Dimensão Tácita", publicado em 1966, o filósofo britânico de origem húngara Michael Polanyi (1891–1976) apontou que o conhecimento humano do mundo e de nós mesmos está, em grande medida, além da nossa capacidade de expressão. "Sabemos mais do que conseguimos dizer", afirmou.
Saber dirigir é muito mais do que seguir as instruções básicas (soltar freio de mão etc.) que todo cidadão recebe do instrutor de autoescola: se não fosse assim, bastaria escutar. Mas esse muito mais, que adquirimos fazendo, não somos capazes de descrever. Reconhecer um rosto, jogar xadrez, falar uma língua estrangeira são outros exemplos de coisas que sabemos fazer, mas somos incapazes de expressar como fazemos. Na época, o "paradoxo de Polanyi" foi visto como um golpe profundo na ideia de inteligência artificial.
Isso constituiria um obstáculo sério à ideia de inteligência artificial. Programas de computador consistem, assim se pensava na época, de um conjunto de instruções que descrevem de modo completo e preciso o que deve ser feito. Se não sabemos explicar como reconhecemos uma face ou escolhemos uma jogada no xadrez, como podemos escrever os códigos explicando a um computador como executar essas tarefas? __________ superioridades intrínsecas da inteligência humana sobre a inteligência artificial: a sua capacidade de fazer coisas que não consegue descrever.
No entanto essas são algumas das muitas tarefas em que a inteligência artificial tem feito progressos espetaculares nos últimos anos, a partir do advento dos métodos de aprendizagem de máquina. Descobrimos como computadores podem aprender a realizar tarefas complexas com base em exemplos, em dados reais, sem que tenhamos que explicitar exatamente o que devem fazer.
* Diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, ganhador do Prêmio Louis D., do Institut de France.
Folha de São Paulo
, 23 ago. 2022. (Adaptado).
A linguagem utilizada pelo autor do texto é
A
predominantemente poética, face ao trabalho sugestivo com a sonoridade e com as imagens das palavras.
B
coloquial em algumas partes, para se aproximar do leitor, com ênfase nos termos gírios e em jargões profissionais.
C
valorizada pela presença da função referencial, pois visa a informar o leitor, esclarecendo-o acerca do assunto abordado.
D
totalmente impessoal, sem a opinião de quem o escreve, embora prevaleça o nível de formalidade, de acordo com a norma-padrão.
E
um monólogo interior, pois o cronista conversa apenas consigo, em um discurso não pronunciado de tom confessional e reflexivo.
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#1403165
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prova:
95551
•
questão 4
prova
•
edital
Português
•
Interpretação de Textos
|
Significação Contextual de Palavras e Expressões. Sinônimos e Antônimos.
|
Denotação e Conotação
2023
•
FCM
•
IFB
•
Assistente de Alunos
Os dois textos seguintes tratam de alguns aspectos semânticos e estilísticos das palavras.
TEXTO I
“Em Djursholm, subúrbio elegante da cidade de Estocolmo, fica a sede do Instituto Mittag-Leffler. O palacete foi construído na década de 1890 pelo matemático sueco Gösta Mittag-Leffler (1846–1927), cujo casamento com a rica herdeira Signe af Lindfors dotara-o com os meios necessários para se permitir e a sua família uma residência refinada”.
TEXTO II
Avalie o que se informa a respeito.
I – No Texto II, a frase “tive que trocar todas as
peças
.”, observa-se o emprego do vocábulo destacado em sentido conotativo, figurado, pelo seu poder evocativo.
II – Na frase “Isso é um
paradoxo
.” (Texto II), considerando-se o contexto, o termo sublinhado pode ser corretamente substituído, sem prejuízo de sentido ao texto, por “consenso”.
III – No Texto I, as palavras “
elegante
” e “
refinada”
foram empregadas em sentido próprio, literal, pois apenas qualificam os substantivos que as acompanham na sentença, respectivamente.
IV – No primeiro período do Texto I, a palavra “
família
” é polissêmica, pois, se utilizada em novos contextos, apresentará outros sentidos como, por exemplo: categorização científica, tipos gráficos, elementos químicos, para citar alguns.
Está correto
apenas
o que se afirma em
A
II.
B
IV.
C
I e II.
D
I e III.
E
III e IV.
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prova:
95551
•
questão 5
prova
•
edital
Português
•
Morfologia
|
Interpretação de Textos
|
Morfologia - Pronomes
|
Substantivos
|
Coesão e Coerência
|
Colocação Pronominal
2023
•
FCM
•
IFB
•
Assistente de Alunos
A morfossintaxe é compreendida como a apreciação conjunta da classificação morfológica e da função sintática das palavras nas orações.
A esse respeito, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir.
( ) No trecho “...que todo cidadão recebe do instrutor de autoescola: se não fosse assim, bastaria escutar.”, o substantivo “cidadão” estará flexionado no plural, de acordo com a norma-padrão, caso se escreva “cidadões”.
( ) Na frase “é porque você não entendeu o assunto direito ou ainda não o dominou.”, não há regra clara para a colocação do pronome oblíquo átono e, por isso, ele pode assumir uma das duas posições: antes ou depois do verbo.
( ) Em “A doação incluía uma boa quantia em dinheiro, mas
essa
se desvalorizou durante a 1ª Guerra Mundial”, o termo em destaque está empregado no contexto como pronome, retomando informação precedente.
( ) No período “O instituto só viria a ser criado em 1969,
tornando-se
um polo de atração para matemáticos do mundo todo.”, o trecho permanecerá redigido conforme a norma-padrão e com o sentido preservado, se o verbo em destaque for substituído por “caso se tornasse”.
De acordo com as afirmações, a sequência correta é
A
F, F, V, F.
B
F, F, F, V.
C
V, V, V, F.
D
V, F, V, V.
E
F, V, F, F.
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