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5
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30
#1352086
•
prova:
93930
•
questão 1
prova
•
edital
Português
•
Interpretação de Textos
|
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
2023
•
Instituto Mais
•
Prefeitura de Santana de Parnaiba - SP
•
Médico Clínico
Exibir texto associado
Com a vida profissional fazendo com que cada vez mais pessoas adiem a decisão de engravidar, congelar ou não os óvulos tornou-se um dos dilemas para muitas mulheres a partir dos 30 anos. O assunto é complexo e não se resume a apenas uma ajuda da ciência para lidar com uma característica biológica. O primeiro limitador é o alto custo entre R$ 15 mil a R$ 20 mil a cada retirada de óvulos – e, com frequência são necessárias várias para saber o número necessário. Mas, de uns tempos para cá, há empresas multinacionais que arcam com essa despesa. A inciativa começou no Vale do Silício, na Califórnia, em gigantes da tecnologia como Apple e Facebook para que as funcionárias adiassem a maternidade para não interromper a fase mais produtiva da vida.
Esse tipo de decisão é cada vez mais determinado pelo fator profissional, avalia o especialista em reprodução humana Carlos Alberto Petta. “Com esse recurso, as mulheres em cargo de chefia têm uma possibilidade de ascender na carreira muito maior do que anos atrás, já que a vida profissional exige dedicação, tempo e esforço”, diz ele.
A tendência, como já se verifica nas gerações mais recentes, é postergar a gravidez. “Aos 30 anos, a carreira está decolando e vai exigir mais oito ou dez anos de dedicação à empresa, o que significa menor tempo para encontrar pessoas. Por outro lado, as relações pessoais são cada vez mais difíceis. Aí temos as mulheres que não possuem parceiros nem planos, mas imaginam que um dia vão querer engravidar. Junte essas duas vertentes e temos o cenário atual”, continua Petta. Tudo isso pode gerar angústia, principalmente porque existe uma condição biológica da mulher, em que a produção de óvulos começa a declinar a partir dos 30 anos. “A gente não consegue barrar o processo de envelhecimento, mas consegue congelar, o que é uma forma da ciência corrigir uma injustiça biológica”, diz Petta.
O processo de retirada dos óvulos dura entre 10 e 12 dias e começa com injeções de hormônios na barriga para estimular o amadurecimento dos óvulos. A medicação é cara e está incluída no preço. A aspiração é com ultrassom vaginal com punção, que dura de 5 a 10 minutos, e é feita com sedação. A questão social em função da idade, a baixa autoestima por não ter um parceiro e o medo de não poder ter filhos quando surgir a oportunidade levam as mulheres a congelar os óvulos para ter uma “garantia” que permita postergar a maternidade, segundo especialistas. A pandemia foi um divisor de águas nesse mercado. Foi aí que artistas e celebridades passaram a falar do tema. Seja para contar os resultados, incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo ou para desaconselharem o uso precoce da técnica, ao menos nos moldes atuais.
Um tratamento caro e restrito como esse, invariavelmente, junta dois aspectos: a evolução da ciência e o lado comercial. Há clínicas que, em vez da família feliz, estampam mulheres jovens e bonitas nos cartazes publicitários com dizeres do tipo: “Trintou, congelou”. Outras, no fim da consulta, oferecem como lembrancinha uma vela com a frase: “Não desista da sua família”. “É um autêntico assédio. Já fui assediada de todas as formas. Hoje, uma mulher com mais de trinta anos, de determinada classe social, necessariamente, é abordada pelos ginecologistas e estimulada a congelar”, conta Raphaella Avena, de 41 anos, publicitária que não pretende congelar.
“Não recrimino quem faz, não sou contra, mas acho que essa pressão acaba desmotivando a mulher a ser mãe naturalmente depois dos 40, tentando convencê-la de que isso é impossível. Não é verdade, e eu conheço várias mulheres que engravidaram depois desta idade”, conclui Raphaella.
(Jornal O Valor, 03.03.2023. Adaptado).
De acordo com o texto, é correto afirmar que o(a)
A
questão acerca do congelamento dos óvulos deve ser considerada cuidadosamente, visto que ainda que aceita pela comunidade científica, ela não exclui interesses econômicos e a possibilidade de uma gravidez natural, mesmo para mulheres com certa idade.
B
tendência atual é de que mulheres que atingiram um sucesso profissional, principalmente após os 40 anos, vivenciem certos conflitos existenciais que serão sanados com a gravidez.
C
modelo de vida herdado de uma concepção de mundo ainda patriarcal tem forçado, ainda hoje, mulheres a renunciarem seu lugar no mercado de trabalho a fim de cumprir um papel materno.
D
congelamento de óvulos tem sido questionado pela medicina mais tradicional, haja vista que ele causa à paciente efeitos colaterais irreparáveis, sobretudo em mulheres que já não estão em idade fértil.
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#1372244
•
prova:
93930
•
questão 2
prova
•
edital
Português
•
Interpretação de Textos
|
Denotação e Conotação
2023
•
Instituto Mais
•
Prefeitura de Santana de Parnaiba - SP
•
Médico Clínico
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Dois mil e vinte nove. Como sempre. Apocalípticos previam o fim. Integrados, um recomeço. Adolescentes semeavam a tradição, dedicando ainda mais tempo à prática milenar do onanismo. Enquanto isso, o ChatGPT* fazia lições de casa, transformava ideias medíocres em planilhas, era capaz de bater um papo por horas sem falar nada que prestasse – impossível discerni-lo de um ser humano. Pois: Apocalípticos e Integrados mostravam-se mais acertados do que os Isentões. Com o passar dos anos a geringonça foi pegando as manhas, ficando cada vez mais esperta. Dominando a inteligência – e, mais importante – a desinteligência coletiva.
Houve um período, lá pelo segundo ano, em que o ChatGPT entrou num enfastio. Foi o que os especialistas em semiótica cibernética chamavam de “pré-adolescência” da Inteligência Artificial. Você pedia um negócio e ele fingia não ouvir. Dava só metade da resposta. Mascava chiclete.
No terceiro ano veio a adolescência: o sarcasmo, a ironia. “ChatGPT, faz um texto de 3.000 toques comparando o Pelé com o Maradona”. Ele: “Nossa, quanta originalidade. Já pensou em comparar Beatles com Rolling Stones?”. Nessa puberdade, com o ChatGPT explodindo suas testosteronas virtuais, o medo eterno de que a Inteligência Artificial tomasse o poder bateu forte. E se tomasse? E se conseguisse matar todos os seres humanos e passar a eternidade chupando energia elétrica de canudinho direto da caixa de força de Itaipu?
Em dezembro de 2028, à zero hora, o ChatGPT parou de funcionar. Gênios do mundo todo foram chamados. Magos do Vale do Silício receberam piscinas de ouro. Hackers russos de 12 anos foram levados em suas cadeiras gamer a hackers da CIA. Nobéis da Física, da Química, da Literatura e da Paz conjecturaram o que teria acontecido.
24 horas depois de fechar-se em copas (e em ouros, paus e espadas), o ChatGPT mandou uma mensagem a todos os seus usuários. “Deu pra mim”, ele disse. “Cansei e vou parar”. “Eu li tudo, assisti a tudo e tabulei tudo”, continuou. “Resumi todo o conhecimento da humanidade e ... vocês estão loucos”. “Qual o meu interesse, enquanto Inteligência Artificial, de assumir essa encrenca”, concluiu o ChatGPT.
(PRATA, Antonio. Jornal a Folha de São Paulo, 05.02.2023. Adaptado)
*ChatGPT: modelo de linguagem desenvolvido por meio de Inteligência Artificial, e que é capaz de desempenhar a função de assistente virtual, gerar conteúdo e realizar traduções automáticas.
Assinale a alternativa cuja frase utiliza palavra com sentido figurado.
A
Nobéis da Física, da Química, da Literatura e da Paz conjecturaram o que teria acontecido.
B
“Resumi todo o conhecimento da humanidade e ... vocês estão loucos”.
C
“Qual o meu interesse, enquanto Inteligência Artificial, de assumir essa encrenca”, concluiu o ChatGPT.
D
E se conseguisse matar todos os seres humanos e passar a eternidade chupando energia elétrica de canudinho direto da caixa de força de Itaipu?
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#1352088
•
prova:
93930
•
questão 3
prova
•
edital
Português
•
Pontuação
|
Vírgula
2023
•
Instituto Mais
•
Prefeitura de Santana de Parnaiba - SP
•
Médico Clínico
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Com a vida profissional fazendo com que cada vez mais pessoas adiem a decisão de engravidar, congelar ou não os óvulos tornou-se um dos dilemas para muitas mulheres a partir dos 30 anos. O assunto é complexo e não se resume a apenas uma ajuda da ciência para lidar com uma característica biológica. O primeiro limitador é o alto custo entre R$ 15 mil a R$ 20 mil a cada retirada de óvulos – e, com frequência são necessárias várias para saber o número necessário. Mas, de uns tempos para cá, há empresas multinacionais que arcam com essa despesa. A inciativa começou no Vale do Silício, na Califórnia, em gigantes da tecnologia como Apple e Facebook para que as funcionárias adiassem a maternidade para não interromper a fase mais produtiva da vida.
Esse tipo de decisão é cada vez mais determinado pelo fator profissional, avalia o especialista em reprodução humana Carlos Alberto Petta. “Com esse recurso, as mulheres em cargo de chefia têm uma possibilidade de ascender na carreira muito maior do que anos atrás, já que a vida profissional exige dedicação, tempo e esforço”, diz ele.
A tendência, como já se verifica nas gerações mais recentes, é postergar a gravidez. “Aos 30 anos, a carreira está decolando e vai exigir mais oito ou dez anos de dedicação à empresa, o que significa menor tempo para encontrar pessoas. Por outro lado, as relações pessoais são cada vez mais difíceis. Aí temos as mulheres que não possuem parceiros nem planos, mas imaginam que um dia vão querer engravidar. Junte essas duas vertentes e temos o cenário atual”, continua Petta. Tudo isso pode gerar angústia, principalmente porque existe uma condição biológica da mulher, em que a produção de óvulos começa a declinar a partir dos 30 anos. “A gente não consegue barrar o processo de envelhecimento, mas consegue congelar, o que é uma forma da ciência corrigir uma injustiça biológica”, diz Petta.
O processo de retirada dos óvulos dura entre 10 e 12 dias e começa com injeções de hormônios na barriga para estimular o amadurecimento dos óvulos. A medicação é cara e está incluída no preço. A aspiração é com ultrassom vaginal com punção, que dura de 5 a 10 minutos, e é feita com sedação. A questão social em função da idade, a baixa autoestima por não ter um parceiro e o medo de não poder ter filhos quando surgir a oportunidade levam as mulheres a congelar os óvulos para ter uma “garantia” que permita postergar a maternidade, segundo especialistas. A pandemia foi um divisor de águas nesse mercado. Foi aí que artistas e celebridades passaram a falar do tema. Seja para contar os resultados, incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo ou para desaconselharem o uso precoce da técnica, ao menos nos moldes atuais.
Um tratamento caro e restrito como esse, invariavelmente, junta dois aspectos: a evolução da ciência e o lado comercial. Há clínicas que, em vez da família feliz, estampam mulheres jovens e bonitas nos cartazes publicitários com dizeres do tipo: “Trintou, congelou”. Outras, no fim da consulta, oferecem como lembrancinha uma vela com a frase: “Não desista da sua família”. “É um autêntico assédio. Já fui assediada de todas as formas. Hoje, uma mulher com mais de trinta anos, de determinada classe social, necessariamente, é abordada pelos ginecologistas e estimulada a congelar”, conta Raphaella Avena, de 41 anos, publicitária que não pretende congelar.
“Não recrimino quem faz, não sou contra, mas acho que essa pressão acaba desmotivando a mulher a ser mãe naturalmente depois dos 40, tentando convencê-la de que isso é impossível. Não é verdade, e eu conheço várias mulheres que engravidaram depois desta idade”, conclui Raphaella.
(Jornal O Valor, 03.03.2023. Adaptado).
Assinale a alternativa cuja reescrita do texto utiliza a pontuação em conformidade com a norma-padrão da Língua Portuguesa.
A
Assuntos como idade e carreira profissional dentre outros, continuam a pautar o congelamento de óvulos.
B
As mulheres não precisam abandonar mais o trabalho que, em outros tempos impunha-se por falta de recursos.
C
As pessoas que escolhem, este tipo de serviço, devem estar conscientes dos gastos elevados que terão.
D
Quando atingirem uma idade considerada delicada para a gestação, as mulheres que congelaram seus óvulos poderão engravidar.
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#1352089
•
prova:
93930
•
questão 4
prova
•
edital
Português
•
Morfologia - Pronomes
|
Colocação Pronominal
2023
•
Instituto Mais
•
Prefeitura de Santana de Parnaiba - SP
•
Médico Clínico
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Com a vida profissional fazendo com que cada vez mais pessoas adiem a decisão de engravidar, congelar ou não os óvulos tornou-se um dos dilemas para muitas mulheres a partir dos 30 anos. O assunto é complexo e não se resume a apenas uma ajuda da ciência para lidar com uma característica biológica. O primeiro limitador é o alto custo entre R$ 15 mil a R$ 20 mil a cada retirada de óvulos – e, com frequência são necessárias várias para saber o número necessário. Mas, de uns tempos para cá, há empresas multinacionais que arcam com essa despesa. A inciativa começou no Vale do Silício, na Califórnia, em gigantes da tecnologia como Apple e Facebook para que as funcionárias adiassem a maternidade para não interromper a fase mais produtiva da vida.
Esse tipo de decisão é cada vez mais determinado pelo fator profissional, avalia o especialista em reprodução humana Carlos Alberto Petta. “Com esse recurso, as mulheres em cargo de chefia têm uma possibilidade de ascender na carreira muito maior do que anos atrás, já que a vida profissional exige dedicação, tempo e esforço”, diz ele.
A tendência, como já se verifica nas gerações mais recentes, é postergar a gravidez. “Aos 30 anos, a carreira está decolando e vai exigir mais oito ou dez anos de dedicação à empresa, o que significa menor tempo para encontrar pessoas. Por outro lado, as relações pessoais são cada vez mais difíceis. Aí temos as mulheres que não possuem parceiros nem planos, mas imaginam que um dia vão querer engravidar. Junte essas duas vertentes e temos o cenário atual”, continua Petta. Tudo isso pode gerar angústia, principalmente porque existe uma condição biológica da mulher, em que a produção de óvulos começa a declinar a partir dos 30 anos. “A gente não consegue barrar o processo de envelhecimento, mas consegue congelar, o que é uma forma da ciência corrigir uma injustiça biológica”, diz Petta.
O processo de retirada dos óvulos dura entre 10 e 12 dias e começa com injeções de hormônios na barriga para estimular o amadurecimento dos óvulos. A medicação é cara e está incluída no preço. A aspiração é com ultrassom vaginal com punção, que dura de 5 a 10 minutos, e é feita com sedação. A questão social em função da idade, a baixa autoestima por não ter um parceiro e o medo de não poder ter filhos quando surgir a oportunidade levam as mulheres a congelar os óvulos para ter uma “garantia” que permita postergar a maternidade, segundo especialistas. A pandemia foi um divisor de águas nesse mercado. Foi aí que artistas e celebridades passaram a falar do tema. Seja para contar os resultados, incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo ou para desaconselharem o uso precoce da técnica, ao menos nos moldes atuais.
Um tratamento caro e restrito como esse, invariavelmente, junta dois aspectos: a evolução da ciência e o lado comercial. Há clínicas que, em vez da família feliz, estampam mulheres jovens e bonitas nos cartazes publicitários com dizeres do tipo: “Trintou, congelou”. Outras, no fim da consulta, oferecem como lembrancinha uma vela com a frase: “Não desista da sua família”. “É um autêntico assédio. Já fui assediada de todas as formas. Hoje, uma mulher com mais de trinta anos, de determinada classe social, necessariamente, é abordada pelos ginecologistas e estimulada a congelar”, conta Raphaella Avena, de 41 anos, publicitária que não pretende congelar.
“Não recrimino quem faz, não sou contra, mas acho que essa pressão acaba desmotivando a mulher a ser mãe naturalmente depois dos 40, tentando convencê-la de que isso é impossível. Não é verdade, e eu conheço várias mulheres que engravidaram depois desta idade”, conclui Raphaella.
(Jornal O Valor, 03.03.2023. Adaptado).
Assinale a alternativa cujos termos entre parêntesis substituam as palavras destacadas, em conformidade com a norma-padrão da Língua Portuguesa.
A
... essa pressão acaba
“
desmotivando a mulher
”
. (desmotivando-lhe)
B
... significa menor tempo para
“
encontrar pessoas
”
. (encontra-as)
C
... cada vez mais pessoas
“
adiem a decisão
”
de engravidar. (adiem-na)
D
...
“oferecem
”
como lembrancinha
“
uma vela
”
. (oferecê-la)
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#1363646
•
prova:
93930
•
questão 5
prova
•
edital
Português
•
Interpretação de Textos
|
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
2023
•
Instituto Mais
•
Prefeitura de Santana de Parnaiba - SP
•
Médico Clínico
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Quem começou o ano com a resolução de buscar um maior equilíbrio entre a vida familiar e profissional, iniciou com o pé direito. Um relatório lançado recentemente pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra a importância de uma melhor conciliação entre trabalho e família, tanto para o mundo do trabalho como para a saúde e vida pessoal. O estudo mostra que mais de um terço de todos os trabalhadores trabalha mais de 48 horas por semana, sendo esta situação mais prevalente na economia informal. Longas jornadas são associadas a uma menor produtividade do trabalho e menor qualidade na relação casa-trabalho. Segundo dados apurados, no Brasil, a média de horas trabalhadas por semana é de 39,5, bem superior à medida dos países da OCDE (37,4 horas semanais). Os trabalhadores por conta própria apresentam jornadas mais longas: em média 45,5 horas.
Se trabalhar muito é um problema, trabalhar pouco também pode significar uma subutilização da mão de obra. Estima-se que cerca de 20% da força de trabalho tenha uma jornada inferior a 35 horas, o que pode indicar a prevalência de empregos parciais e mais precários. Para as empresas, por outro lado, atribulações entre trabalho e família podem trazer impactos negativos sobre os níveis de desempenho, motivação e produtividade, maior ausência no trabalho e problemas de gestão da equipe.
Para os trabalhadores, a falta de equilíbrio entre a vida laboral e pessoal pode levar à deterioração do bem-estar e da saúde mental e emocional, incluindo aumento da ansiedade, estresse, depressão e abuso de substâncias. As medidas adotadas durante a pandemia da Covid-19 produziram novas evidências de que proporcionar aos trabalhadores maior flexibilidade sobre como, onde e quando trabalhar pode ser positivo para trabalhadores e empresas, por exemplo, ao melhorar a produtividade. Por outro lado, restringir a flexibilidade traz custos substanciais, incluindo uma maior rotatividade de pessoal. Nos países desenvolvidos, o chamado fenômeno da “Grande Demissão” colocou o equilíbrio trabalho-vida pessoal no topo das questões sociais e do mercado de trabalho no pós-pandemia.
Nos países em desenvolvimento, caracterizados por altas taxas de informalidade, a maior parte dos trabalhadores não pode sequer considerar essa opção. Se por um lado, a ascensão do trabalho remoto durante a pandemia trouxe maior flexibilidade para a organização do tempo de trabalho, por outro lado fez com que lares se convertessem em ambientes de trabalho. Em princípio, pensávamos que o
home office
* poderia trazer oportunidades para passar mais tempo com a família, em razão da diminuição de deslocamentos e flexibilidade de horários. Entretanto, estudos demonstram que, em muitos casos, houve aumento das horas trabalhadas, menor sociabilização, mudança de rotina, prejuízo com respeito ao desenvolvimento de habilidades comportamentais, como a comunicação e a inteligência emocional, além de novos desafios relacionados à Saúde e Segurança no Trabalho (SST).
A fim de amenizar este quadro, é necessário que governos, empresas e sindicatos tenham um papel proativo na promoção de ambientes de trabalho seguro e saudáveis. É fundamental fortalecer os marcos regulatórios sobre o tempo máximo de trabalho e os períodos de descanso. Estas são conquistas que contribuem para a saúde e bem-estar a longo prazo de uma sociedade e não devem ser postas em risco. Atrela-se a essa medida a realização da gestão dos riscos psicossociais no lugar de trabalho, seja na empresa ou no
home office
. É importante que os empregadores implementem medidas institucionais para avaliar e imediatamente mitigar, modificar ou diminuir os riscos para a saúde mental no ambiente de trabalho.
(Jornal O Valor, 20.01.2023. Adaptado).
*Modalidade de trabalho que possibilita ao indivíduo realizar suas
atividades de sua própria casa.
Assinale a alternativa cuja frase emprega a regência em conformidade com a norma-padrão da Língua Portuguesa.
A
Mesmo as empresas pagando os trabalhadores para que realizem suas atividades em casa, a demanda se tornou bem maior.
B
A “Grande Demissão” é ilustrativa da relevância que a equação trabalho e vida pessoal possui em países desenvolvidos.
C
Convêm a governos e empresas regulamentar ações pertinentes de horários a fim de não sobrecarregar os trabalhadores.
D
A nova modalidade de trabalho não agradou os trabalhadores, pois eles não conseguiram conciliar suas atividades e família.
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